“Então, quando você tem a percepção de estar vivendo alguma coisa, essa coisa já é passado. Já é uma lembrança.”
Blake Crouch, autor de “Matéria Escura” nos apresenta: e se memórias desconhecidas, e vívidas, passassem a fazer parte de você?
Barry e Helena.
São esses os dois pontos de vista que temos inicialmente, em anos diferentes. Barry é um policial em Nova Iorque ainda lidando com a perda da filha. Helena é uma cientista que sonha em ter o projeto de sua vida, que visa curar o alzheimer, financiado. É aí que começa: qual a ligação entre eles?
Na linha do tempo de Barry, conhecemos uma “doença” que se espalha rapidamente. Pessoas e pessoas alegam estarem lembrando de acontecimentos de outra vida, como uma névoa, trazendo memórias desconhecidas, que acabam se misturando, gerando uma onda de ansiedade e desespero.
Na linha do tempo de Helena, um financiador aparece. Um homem que acredita em seu projeto, que alega os mesmos objetivos. E aí tudo começa a dar errado…
É uma história para saborear.
Se eu pudesse definir em apenas uma palavra: fascinante.
Impossível de largar! Toda a reflexão sobre memórias, lembranças, ações e consequências.
Mesmo narrado em terceira pessoa, sentimos na pele tudo o que Barry e Helena sentem. É palpável a conexão entre os dois. Adorei conhecer Helena, uma mulher forte, objetiva e que sabe o que quer.
Precisa estar atento as mudanças de linha do tempo, pois são muitas, e ao longo da narrativa podem ficar confusas, mas no fim, tudo se conecta perfeitamente. A escrita do Blake é impecável, facilitando o entendimento. Fácil e acessível, apesar de ser uma ficção científica.
Não tenho palavras para descrever o que senti lendo “Recursão”, um novo favorito da vida.
No último capítulo… na última cena… na última frase, Blake conseguiu acabar com o resto de sanidade que eu tinha.
Perfeito!