“O Presente do meu Grande Amor” e os contos natalinos

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Ainda aproveitando esse clima de festas de final de ano, por mais que 2020 tenha sido um ano atípico, peguei e li o livro de contos “O Presente do meu Grande Amor”, organizado pela Stephanie Perkins, e publicado, no Brasil, pela Intrínseca.

Admito que não conhecia a Perkins. Comprei o livro por dois nomes específicos, que assinam um conto cada: Rainbow Rowell e Gayle Forman. E não me arrependi. As duas autoras mandam muito bem em suas histórias – a da Rowell, inclusive, abre muito bem o livro.

Apesar disso, há alguns poucos contos meio, digamos, perdidos, é o que acontece com a história seguinte a de Rowell, assinada por Kelly Link e intitulada “A Dama e a Raposa”. Estava, inclusive, conversando com a Barbara Sales (também integrante da equipe da Tribernna) sobre este conto em específico. Concordamos que a autora simplesmente jogou a história ali, sem espaço para desenvolvimento, e assumiu uma postura de: “este é meu conto, vocês são apenas leitores. Aceitem o que tá aí”. E ficou por isso mesmo.

Mas deixemos estes contos perdidos de lado e focamos em coisas boas. A coletânea de contos é muito boa. Me apaixonei pela maioria dos contos, conheci alguns escritores e algumas escritoras que eu quero ler mais dos seus trabalhos, pois eu não os conhecia. Em especial, Kiersten White.

White é a autora do meu conto preferido do livro, intitulado “Bem-Vindo a Christmas, Califórnia”. Além de toda a história ter um desenvolvimento excelente, todo o enredo ser encantador – fora a “moral” do conto ser uma coisa que eu gosto e acredito muito -, e ter sido um conto que me fez sorrir e chorar (o único do livro que realmente me arrancou umas lágrimas) gostei demais das táticas de escrita que White utilizou.

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“Como assim, Henrique?”. O mesmo parágrafo que ela utiliza para abrir o conto, ela usa para iniciar o encerramento, porém com uma entonação completamente diferente da inicial. A cadência na narrativa do início e do fim também são completamente diferentes. Por mais que estejam sendo usadas palavras similares, o significado é completamente diferente.

Acho que o mais curioso, para mim, em todo o livro é que os três contos que eu mais gostei estão seguidos um do outro. Infelizmente, o de Rainbow Rowell, apesar de eu ter amado, não está entre eles. A tríade das histórias que mais me apaixonei é formada por: Gayle Forman, Myra McEntire e Kiersten White.

Falando rapidamente dos motivos (com exceção da história de Kiersten White, que já falei acima): o conto de Forman me conquistou pela sua escrita irônica e debochada, que é uma coisa que eu gosto muito. Ademais, a autora também aborda um pouco o preconceito regional e o racismo, com a protagonista branca mesmo se reconhecendo como racista em determinado momento da história.

Já o conto da McEntire é divertido e fala de redenção. O conto é dinâmico, não para nem por um segundo. Os protagonistas têm química, apesar de ser um belo de um clichê, e eu só queria ler ainda mais sobre aquela história.

Enfim, “O Presente do meu Grande Amor” é um livro de contos que vale a pena ser lido. Comprei superbarato em uma promoção da Amazon, o que o torna ainda mais atrativo (sério, acho que não custou R$ 10). E já comprei outro livro de contos organizado pela Stephanie Perkins chamado “Aconteceu Naquele Verão”. Um dia, terá também a resenha por aqui.

Autor do Post:

Henrique Schmidt

O louco dos livros, filmes, séries e animes. Talvez geek, talvez nerd, talvez preguiçoso, mas com certeza jornalista

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