WandaVision é a primeira série da Marvel completamente conectada ao universo cinematográfico. Não é como Agentes da S.H.I.E.L.D., que foi jogada para escanteio e esquecida quando se pensava no universo como um todo. Kevin Feige decidiu fazer um elemento original com atores de cinema para contar a história dos heróis de forma seriada, motivado principalmente pela Disney+ e a necessidade de conteúdo original.
A série traz a história de Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) pós acontecimentos de “Vingadores: Ultimato“. A protagonista da série é, obviamente, a Feiticeira Escarlate, é ela que molda o mundo, está no centro de todos os arcos e literalmente cria a série. Visão aparece como um elemento a mais de dúvida e questionamento, funcionando sempre como um olheiro em primeira mão que serve pra fazer as perguntas que pensamos do outro lado da tela. O elemento extra e surpreendente é a introdução de Mônica (Teyonah Parris), agora adulta, no Universo Marvel. A personagem é uma aposta nova, que apareceu como criança nos anos 90 durante o filme Capitã Marvel, e está confirmada no próximo filme da vingadora mais poderosa de todos, servindo como um olhar de fora Hex.
esq. para dir.: Teyonah Parris como Monica e Elizabeth Olsen como Wanda
Fora os três personagens já mencionados, a série consegue inserir grandes personalidades importantes e misteriosas que fazem parte de todo o desenvolvimento da série e que aparecerão em outras obras do mundo interligado da Marvel. Alguns são muito interessantes e bem desenvolvidos, outros personagens – principalmente os antagonistas – são, na minha opinião, desperdiçados e sofrem muito com as teorias e expectativas criadas pelos fãs e pela série.
O início de WandaVision é maravilhoso em todos os sentidos, tendo um tom cômico e emulando séries de comédia americanas, com um fator curioso de avançar décadas com o passar dos episódios. É maravilhoso assistir um humor tão ingênuo usando vingadores, personagens sempre levados a sério pelo cinema e pelo público. As piadas utilizando os poderes deles, o jeito como eles falam e também a forma como aquele universo tragicômico causa um estranhamento em quem estava acostumado com a famosa “Fórmula Marvel“.
A série também tem momentos feitos da maneira mais “marvética” possível, cheia de explicações a todos os momentos, referências as vezes bobas ao universo estendido, além da capacidade de sempre tentar criar um mistério e expectativa no público. Essa fórmula sempre foi muito útil para criar filmes acessíveis e interessantes para o grande público, mas funciona contra toda a ideia que WandaVision vende desde o primeiro episódio.
Sem falar spoilers, não considere seriamente tudo que é dito na série, já que a maioria delas não leva ao lugar esperado e teorizado pelos fãs. Ouso dizer que esta foi uma das obras da Marvel onde tiveram mais teorias, desde encontros possíveis, personagens especiais, teorias de demônios aparecendo e referências aos quadrinhos e ao multiverso. Não leve a série tão a sério assim, ou poderá ficar decepcionado com o final.
Infelizmente a Marvel luta para fazer batalhas sem parecer que são bonecos saídos de um jogo cafona de PlayStation 3, que mata por completo o clima misterioso que a série se esforça para criar desde o primeiro episódio. A sensação que causa é que ainda não aprenderam com a luta esquisita do clímax final de Pantera Negra.
Não sou contra explicações e acho razoável o tipo de explicações que a série se propões e fazer, principalmente devido o público da Marvel ser em parte constituído por pessoas mais jovens e não leitores de quadrinhos que precisarão entender e se empolgar com a série tanto quanto quem entende as referencias sem precisar de explicação. Inclusive gostei da forma como explicaram algumas coisas, mostrando uma visão diferente e divertida de algo que já assistimos antes. Infelizmente o didatismo de alguns momentos quebra o ritmo da série e deixa a história quase infantil.
A série tem uma história maravilhosa sobre luto e aceitação, trás personagens marcantes que vão ser muito esperados para próximos filmes e séries da Marvel. Além disso, tem momentos muito diferentes que quebram a conhecida fórmula em prol de um roteiro mais bem acabado e divertido. O saldo final de WandaVision é positivo, porém deixa um gosto um tanto amargo quando se pensa no final que poderia ter tido. Wanda retornará em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e até lá teremos que nos contentar com os últimos momentos da série com a agora completa Feiticeira Escarlate.
WandaVision teve 9 episódios ao todo e você pode assistir a série completa no Disney+.
Nota: 4/5
Table of Contents
Autor do Post:
Manoel Cunha
administrator
Gamer, cinéfilo, leitor e as vezes faço algo mais da vida. Estudante de jornalismo, fã de podcasts. Gamertag: manoelcdq.