ESPECIAL 007 | O pior e o melhor de todos os Bonds do cinema

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Bond, James Bond. A história de 007 começa nos anos 50 com o livro Cassino Royale, escrito por Ian Fleming, que fez um grande sucesso na literatura, atraindo os produtores Albert R. Broccoli e Harry Saltzman. 

007 é uma das maiores franquias do cinema mundial, sendo a 3ª série de filmes mais lucrativa do cinema e perdendo apenas para o universo da Marvel e Harry Potter, conta com 24 filmes pela produtora EON Productions e mais dois filmes produzidos independentes, o primeiro sendo a comédia Cassino Royale de 1967 e 007 – Nunca Mais Outra Vez. Felizmente, todos os filmes da EON Productions podem ser encontrados na Telecine Play, o serviço de streaming do canal Telecine. Foram 6 atores que interpretaram o agente secreto britânico e nessa lista veremos cada ator com o melhor e o pior filme de cada um.

Sean Connery

Sean Connery foi o primeiro 007 dos cinemas, com certeza o mais lembrado por todos. O escocês foi um dos melhores Bonds e com certeza fez com que a franquia fosse tão longeva até hoje. 

Connery trabalhou em seis filmes do agente pela EON Productions, e seu último filme como 007 foi em 1983, no filme 007 – Nunca Mais Outra Vez, uma refilmagem de 007 – Contra a Chantagem Atômica.

Diamonds are Forever

O filme se passa após o filme de George Lazenby, e começa com uma trama sobre James Bond indo atrás de Blofeld, o grande vilão da franquia, para se vingar dos acontecimentos do filme anterior. A cena introdutória é muito boa, porém o filme esquece completamente esse momento de dor e vingaça de James para atravessar o mundo em outra missão, investigando um problema com tráfico de diamantes na África do Sul. O filme é interessante da sua maneira, porém é muito lento, e os antagonistas da vez são mais fracos que os que tinham aparecido nos últimos filmes da franquia.

O filme foi feito para ser uma sequência espiritual do estilo icônico de 007 contra Goldfinger, o primeiro filme da franquia a ser considerado um Blockbuster. O filme tentava inovar para não cair na decadência ao mesmo tempo que buscava elementos do filme que mais tinha feito sucesso, tornando a narrativa estranha.

From Russia With Love

Será perceptível ao longo da lista que eu adoro os filmes mais “pé no chão” do agente. Moscou Contra 007 é o segundo filme da franquia e larga o estilo mais caricato de 007 Contra o Satânico Dr No para um estilo mais realista, sem bases militares secretas e máquinas mortíferas impossíveis. A trama é sobre recuperar um decodificador de mensagens, e James Bond deve recuperar a máquina antes dos soviéticos conseguirem. É o primeiro filme que James tem um nêmeses, personificado no agente Red Grant, que persegue o personagem durante todo o filme, sempre tentando recuperar a máquina. O teor político e mais realista do filme me fez gostar mais da franquia do que o final mais fantasioso do primeiro filme.

Uma curiosidade do filme é que Da Rússia, com Amor não seria a segunda história de Fleming a ser adaptada, porém John F. Kennedy em entrevista disse que era um dos seus livros preferidos, fazendo com que Broccoli e Saltzman dessem preferencia para a adaptação ser feita primeiro.

George Lazenby

George Lazenby foi um ótimo 007, e se sai muito bem mesmo substituindo Sean Connery. É engraçado falar que um ator que fez 007 na verdade não era ator: Lazenby era vendedor de carros e foi convidado por Broccoli para viver James Bond após o produtor vê-lo na rua e perceber que George tinha a fisionomia perfeita para interpretar o espião. Infelizmente, o agente do australiano convenceu-o a largar a franquia, segundo ele a história de 007 não sobreviveria aos anos 70.

On Her Majesty’s Secret Service

O filme mostra uma versão diferente de James Bond, procurando incansavelmente Ernst Stavro Blofeld, e mostra um personagem muito mais passional sobre sua missão que nos filmes anteriores. James no filme necessita de alianças diferentes do tradicional, agora tendo que contar com a ajuda do chefe de uma organização criminosa para encontrar o grande vilão. 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade também da mais personalidade ao vilão, que antes era mais próximo de uma caricatura de quadrinhos e agora tem uma história desenvolvida e personalidade traçada. O filme tem momentos mais dramáticos, e mesmo os seus momentos fantasiosos são recheados de personalidade.

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Esse foi o filme em que James Bond se apaixonou pela primeira vez, e dessa vez temos uma personagem que está em todos os momentos do filme, e sendo parte do motivo pelo qual o longa é tão interessante quando em comparação aos outros. Infelizmente, essa mudança na forma como Bond se relaciona com mulheres decepcionou o público na época, fazendo com que o filme fosse menos bem recebido que os anteriores.

Roger Moore

Roger Moore foi o maior intérprete do agente, e mesmo com menos anos de interpretação que Daniel Craig, estrelou 7 filmes nos 12 anos que passou como Bond. Seus filmes são mais cômicos e satíricos, geralmente indo a extremos e deixando o filme mais leve e irônico. Não sou o maior fã do estilo pastelão que Moore deu ao personagem, mas foi uma mudança importante na franquia, e uma renovação ao tom mais sério de Sean Connery.

O ator teve sua primeira aparição em Com 007 Viva e Deixe Morrer e teve a sua aparição final em 007 – Na Mira Dos Assassinos. Ironicamente, após um escocês e um astraliano, George Moore foi o primeiro Bond nascido em Londres.

Moonraker

Sobre extravagâncias… Esse é o filme mais extravagante da franquia 007. 007 contra o Foguete da Morte é um filme que tem todos os excessos e brincadeiras da Era George Moore, e foram as brincadeiras e excessos que me fizeram não gostar muito de alguns filmes do ator. O filme tem várias das assinaturas que a Era Moore tem, um exemplo é o roubo de algo grande por algo maior ainda: um ônibus espacial gigante sequestrando um ônibus espacial menor, como aconteceu com os submarinos americanos sendo roubados por um navio cargueiro gigante em 007 – O Espião Que Me Amava. O filme tem uma história completamente lúdica, e tirando o nome do vilão da trama, não existe nada próximo do romance que dá título ao filme.

É interessante ver o que causou as escolhas que levaram a produção desse filme. O final de 007 – O Espião Que Me Amava mostra que a continuação seria 007 – Somente para Seus Olhos, porém o sucesso da franquia Star Wars fez com que os produtores fizessem um filme com sequências espaciais. O tato dos produtores valeu a pena, visto que esse foi o filme que mais arrecadou dinheiro até 007 – Contra GoldenEye em 1995. 

Octopussy

O filme é o menos extremo da sequência de Moore, e por esse motivo, para mim é o melhor. O filme ainda possui momentos cômicos, que fazem críticas ao próprio estilo que o 007 vinha tendo nos outros filmes. O enredo conta a investigação de Bond para descobrir quem assassinou 009, seguindo a pista de um ovo Fabergé, e acaba encontrando Octopussy, filha de um ex-inimigo de Bond. O longa tem um tom mais sério e controlado, e não apresenta sequencias de viagens interplanetárias e lasers da morte que podem explodir o mundo. Suas cenas de ação são mais marcantes e a tensão criada durante o filme é sentida muito mais por ser mais realista.

Timothy Dalton

Se Roger Moore é o Bond que menos gosto, Timothy Dalton é o meu favorito. O ator entrega duas histórias realistas, sem explosões nucleares, naves espaciais e batalhas subaquáticas. Os filmes de Dalton focam no enredo dos filmes, na credibilidade das cenas e no emocional dos personagens. Infelizmente só viveu Bond em dois filmes, o que significa que os dois filmes abaixo não são melhores ou piores que os outros, mas possuem preferencias completamente ligadas ao que cada pessoa acha que um filme necessita para ser melhor que o outro. 

O gaulês é considerado o ator mais preparado para fazer Bond, visto que desde 16 anos atuava em peças teatrais, e sendo convidado para fazer o agente com 25 anos, sendo o sucessor de Sean Connery. Por receio de suceder o primeiro 007 acabou recusando o papel. O ator tinha contrato para três filmes do agente, porém disputas judiciais sobre a propriedade da franquia fez com que o terceiro filme demorasse muito para começar a ser gravado, irritando o ator que desistiu do papel.

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The Living Daylights

007 – Marcado para a Morte é o primeiro filme da curta e incrível Era Dalton. O filme não é a quebra dos padrões da série como o sucessor, porém é uma ótima continuação para a franquia. O filme é uma história de espionagem real, sobre uma extradição de um político com cargo alto na Rússia que quer fugir para a Inglaterra. O filme tem várias quebras de expectativas, e mostra um Bond com todos os signos principais da franquia sendo usados a todo momento. Todos os personagens do filme são muito bem construídos e Timothy Dalton tem um carisma inegável como 007. Uma curiosidade é que este foi o último filme a ter como título um conto original de Ian Fleming, até 2006 com 007 – Cassino Royale. 

License to Kill

007 – Permissão Para Matar é o segundo e último filme de Timothy Dalton. O filme é o mais diferente na proposta da franquia, já que durante todo o filme, Dalton não é o 007, pois o agente perde a sua licença para matar durante o filme. A história é motivada por vingança, com Bond sendo motivado a perseguir e matar um grande contrabandista, para assim vingar o amigo Felix Leiter, que é um personagem importante durante toda a franquia Bond. O filme falta com alguns dos grandes elementos da franquia, como as tecnologias extraordinários de Q e a mentoria e as aparições mais constantes de M, porém em troca o filme entrega um novo 007, mais humano, mais reativo, menos engomadinho e que se coloca a prova durante o filme inteiro.

O filme foi um grande sucesso de crítica, porém teve que concorrer com filmes como Batman e Indiana Jones e a Última Cruzada, fazendo com que 007 – Permissão Para Matar não fosse um sucesso, se tornando o filme que menos arrecadou dinheiro da franquia.

Pierce Brosnan

Pierce Brosnan foi um Bond na média. O irlandês possui filmes bons e filmes ruins, como todos os outros que ficaram mais tempo na franquia. Brosnan ficou entre os dois Bonds que mais gosto, e por esse motivo os filmes dele acabaram ficando menos interessantes aos meus olhos que deviam. Brosnan é um Bond com todos os trejeitos e assinaturas do agente, porém não se destaca com histórias diferentes do comum.

O primeiro filme de Pierce Brosnan foi 007 – Contra GoldenEye e a última aparição foi 007 – Um Novo Dia para Morrer. O ator deveria ter sido o sucessor de George Moore, porém o seu trabalho na série Remington Steel impediu-o de seguir esse caminho. O ator era fã de James Bond e segundo ele 007 – Contra Goldfinger foi o primeiro filme que viu na vida e Sean Connery foi quem inspirou ele a seguir caminho na atuação.

Die Another Day

Pierce Brosnan tem filmes bons e filmes ruins. 007 – Um Novo Dia para Morrer foi um dos filmes ruins. O filme começa interessante, tendo uma introdução ótima recheada de ação, e mostrando o agente sendo preso. Após esse momento de ação, 007 é preso e o MI6 deve fazer alguns sacrifícios para salvar o herói. O começo emociona e empolga principalmente quando vemos James em um estado deplorável, porém a emoção acaba e vai diminuindo ao longo do filme, que não foca nas consequências do que ocorreu com Bond, mas sim em mais uma história sobre lasers gigantes destruidores. A história de Um Novo Dia para Morrer é no geral fraca e como vigésimo filme de 007 acaba não sendo uma grande adição a série.

GoldenEye

007 contra GoldenEye é a melhor história que Brosnan viveu principalmente por ter elementos que diferenciam a história do filme de outras. O conflito entre o novo Bond e a nova M, na primeira aparição de Judi Dench, pra mim a melhor M entre todos. A história conta com reviravoltas interessantes e possui personagens intrigantes. É sempre muito bom quando um novo agente 00 é apresentado na franquia, mesmo que os únicos dois que tenham aparecido morram ainda nas introduções. As reviravoltas, vilões e críticas a própria saga fazem o filme ser um dos melhores, mesmo ainda sendo uma história sobre um laser gigante destruidor.

O filme foi um sucesso de público e crítica, quebrando recordes de arrecadação e recebendo vários comentários positivos de críticos especializados que o pontuaram como uma “renovação da franquia”. De fato após 007 – Contra GoldenEye a história de James Bond voltou a ganhar peso em todos os quesitos, e seus prêmios fogem do cinema e se encontram inclusive com o mundo dos jogos, já que GoldenEye é um dos melhores jogos lançados até hoje.

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Daniel Craig

Daniel Craig é o nome da modernização de Bond. Esse foi o ator que quebrou algumas das tradições da franquia, seja de formas simbólicas com o estilo de filme puxando várias inspirações da franquia Bourne, como também das características físicas do Bond, mais baixo, loiro, com cabelo curto e muito menos arredondado, largando o estilo gentleman britânico e focando em ação mais realista. As diferenças do ator foram criticadas por parte dos fãs da franquia, que ameaçaram boicotar o filme, porém foi apoiada por alguns atores fãs da franquia, e mais notavelmente, todos os Bonds anteriores.

Daniel Craig estreou em 007 – Cassino Royale e terá sua despedida em 007 – Sem Tempo para Morrer, com lançamento planejado para outubro de 2021, fazendo com que Craig seja o Bond que passou mais tempo interpretando o agente, somando 15 anos como 007.

Spectre

007 – Contra Spectre tinha uma missão complicada: continuar a história de Cassino Royale e Quantum of Solace. O filme tinha um trabalho mais complicado ainda: apresentar o vilão mais icônico da franquia de uma maneira séria e modernizada. E também existia a missão mais difícil de todas: ser a continuação do melhor filme da franquia. Sam Mendes lutou muito para fazer o filme ser entendível e compreensível, porém era muito difícil unir a história complexa de dois filmes muito bons, unir a um filme que fingiu que essa história não aconteceu e ainda por cima deveria introduzir alguns personagens complexos necessários para o enredo e finalizar a história de outros. A história entre 007 e Blofeld se torna boba devido às explicações e aos eventos decorrentes disso. O filme parece se esforçar demais para colar todas as pontas desse universo 007, e várias pontas que poderiam ter sido deixadas para o próximo filme foram unidas rápido demais, fazendo com que tudo se torne bem mais raso e sem peso. Grandes revelações acontecem e não são realmente importantes. Não é tão ruim quanto outros filmes da franquia, porém, também não está no nível alto que os filmes de Daniel Craig deixaram. 

007 – Contra Spectre ainda obteve um recorde, dessa vez não de dinheiro arrecadado, mas de maior explosão do cinema, com uma cena final que faz Michael Bay se orgulhar.

Skyfall

007 – Operação Skyfall é com certeza o melhor filme da franquia, não só por mim, mas também pela crítica especializada e pelo público, já que esse foi o único filme até hoje a alcançar a marca de mais de 1 bilhão de dólares de faturamento. Operação Skyfall é um filme que teve difíceis tarefas, pois devia continuar a história de Cassino Royale e Quantum of Solace, e também fazer uma homenagem aos 50 anos da franquia. Sam Mendes optou por dar ênfase no segundo ponto, e fez isso perfeitamente. A história prévia foi de certa forma deixada de lado por um momento, e todo o enredo é sobre o encontro e luta do passado com o futuro, contando com vários momentos que já emocionam pessoas que nunca assistiram nenhum filme, mas possuem um gosto a mais para quem assistiu tudo. Os grandes signos da mitologia bondiana voltam depois de um tempo sumido. Temos um novo Q, agora um jovem que lida com tecnologia de ponta, saindo do estereotipo do cientista louco dos filmes mais velhos. Temos uma nova Moneypenny, de uma forma reformulada e incrível de se ver. E finalmente, Javier Bardem como vilão, pra mim o mais ameaçador de todos os 24 filmes. A trama é sobre um agente do passado confrontando sua ex-chefe M, atacando o MI6 em vingança pelo que ocorreu com ele e é um dos melhores vilões da franquia, que provavelmente ficará marcado para sempre na história de 007. O filme é um primor em todos os quesitos técnicos, e é um deleite ver o filme seja você fã da franquia ou não.

A lista acima é apenas a minha opinião sobre cada ator e o pior e o melhor filme de cada um, sinta-se a vontade para dar sua opinião na sessão dos comentários de qual seu ator preferido e qual o seu filme preferido!

Autor do Post:

Manoel Cunha

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Gamer, cinéfilo, leitor e as vezes faço algo mais da vida. Estudante de jornalismo, fã de podcasts. Gamertag: manoelcdq.

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