CRÍTICA | “Ainbo: Espírito da Amazônia” traz ao público infantil a importância do meio ambiente

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Em uma aventura pelas florestas densas da Amazônia, “Ainbo: Espírito da Amazônia” traz uma história sobre o perigo da ganância, a importância da preservação do meio ambiente bem como o respeito que devemos ter com a natureza em uma metáfora recheada de fantasia e magia.

O filme aborda a história de Ainbo, uma menina de 13 anos que nasceu e cresceu na aldeia de Candámo, na floresta Amazônica. Um dia, ele descobre que sua tribo está sendo ameaçada por outros seres humanos. A garota enfrenta a missão de reverter essa destruição e extinguir a maldade dos Yakuruna, a escuridão que habita o coração de pessoas gananciosas.

Durante as 1h30m de filme, a narrativa cria elementos que moldam uma metáfora bastante fácil de ser compreendida, como o espírito do mal que causa o desmatamento e adoece a tribo e a importância dos animais durante a jornada. A fauna é muitíssimo bem explorada no filme, o que dá gosto de ver. É incomum vermos um filme que respeita os animais que realmente existem na fauna brasileira, dando aquele toque cômico e reconfortante que vimos em filmes estrangeiros, mas com a representatividade nacional.

A trama segue uma fórmula bastante similar a clássicos da Disney, como Rei Leão, e também com um filme lançado há uns anos, Moana. O filme traz os ajudantes engraçados e atrapalhados, que auxiliam a protagonista em sua caminhada, muito similar ao Timão e Pumba; além de criar uma dinâmica onde a protagonista interage com um ente querido que já se foi como uma forma de dar seguimento a sua jornada espiritual, como Moana e sua avó.

No entanto, se inspirar não é necessariamente um ponto negativo, afinal inspirações existem no cinema, e quando executadas corretamente e mantendo a originalidade do filme não se tornam um problema, infelizmente, esse não é o caso do filme. Se o filme fosse lançado em meados dos anos 2000, talvez funcionasse mais, porém com grandes estúdios como Disney, Pixar e DreamWorks, a animação deixa a desejar em sua qualidade técnica, beirando a precariedade de recursos visuais.

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O roteiro é um pouco confuso, ao fim muitas informações são jogadas ao mesmo tempo em tela e não dá tempo suficiente para o espectador processar e digerir tudo, afim de criar uma imersão maior e por consequência a emoção. No entanto, por ser simples e direta funciona em seu público alvo, os mais jovens, podendo causar a surpresa que tanto almeja.

A grande problemática do filme se dá através da construção visual das duas meninas de 13 anos, Ainbo e sua amiga. Em algumas cenas específicas é possível notar que as personagens se encontram em posições que as sexualizam, causando um certo desconforto, bem como o próprio traço da criação de seu visual, que esbanja quadris largos e cinturas finas. Não há necessidade para tal, ainda mais quando há cenas onde evidenciem essas características, afinal elas são crianças.

A proposta inicial do filme é boa e vem em uma época que necessita de uma mensagem clara sobre a importância da preservação do meio ambiente e como adoecer a floresta reflete diretamente nos seres humanos, no entanto, o filme em suas limitações se restringe ao público infantil, por não conseguir executar as profundidades que a narrativa implorava a todo momento. Para os baixinhos, um ótimo divertimento (mesmo com a qualidade visual duvidosa), mas para os mais velhos um desperdício de tempo.

O filme estreia em 30 de setembro nos cinemas do Brasil.

Nota: 2,3/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

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