CRÍTICA | Em um thriller intenso, Jake Gyllenhaal brilha em “O Culpado”

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Lançado na última sexta (1) na Netflix, o thriller protagonizado por Jake Gyllenhaal, remake do filme dinamarquês “A Culpa”, “O Culpado” traz à luz da trama um policial amargurado que se depara com uma ligação que relata um possível sequestro. Obcecado em solucionar o caso, o policial vivido por Gyllenhaal projeta suas frustrações afim de resgatar a vítima.

O filme de 1h30m se passa inteiramente sob a perspectiva do protagonista Joe, que parece estar vivendo esgotamento e exaustão a todo instante. Gyllenhaal consegue transmitir com veracidade toda carga dramática que o protagonista tem que lidar, e nós descobrimos aos poucos o que são esses fardos. Acaba que o filme entrega dois suspenses em paralelo, o suposto sequestro na linha telefônica e o que aconteceu com o Policial para ele estar nesse estado.

Não tem como negar que a performance de Gyllenhaal foi algo realmente surpreendente no longa, já que ele praticamente atua sozinho durante toda a trama. Apesar de as vezes soar “grande” demais em suas projeções, o ator consegue ditar uma personalidade explosiva ao seu personagem e deixá-lo mais instável, o que é assustador para sua profissão (ele atende ligações de emergências e paciência é crucial). Além de sua caracterização, que, por mais que simplória, evidencia todo esgotamento físico e mental pelo qual o protagonista tem que lidar.

No entanto, o que brilha em “O Culpado” é como a história se desenvolve. O roteiro obriga o espectador usar a imaginação, já que nós não vemos nada e apenas escutamos a ligação. A narrativa alimenta uma tensão surreal, ao ponto de ser insustentável em diversos momentos continuar no escuro. Assim como o protagonista, nós, os espectadores, ficamos angustiados e aflitos conforme o suspense se desenvolve. A cada nova etapa, novos desafios são inseridos, a trama fica mais obscura e é realmente claustrofóbico a sensação que o filme entrega ao alimentar apenas com diálogos precisos e carregados de drama. 

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Ao fim, o filme ainda traz um plot twist (um pouco previsível) mas que quando colocado em prática alimenta ainda mais, gradativamente, toda tensão que o thriller se propôs a entregar no começo da trama. E em um combo de intensidade ao extremo, nós descobrimos sobre o grande fardo de Joe e o desenrolar da sua situação. Esse último não foi o forte da história, porém foi condizente com o conflito moral que Joe estava vivendo durante todo o filme, entregando até um final com um respiro de justiça.

Apesar de ser um remake, o filme consegue criar sua identidade, principalmente pelo desempenho do protagonista. Jake Gyllenhaal conduz um thriller que seduz os amantes de suspense de um jeito memorável, sua performance é condizente com a trama que é inserido, garantindo uma das melhores produções do gênero da Netflix desse ano.

Nota: 5/5

Autor do Post:

Ludmilla Maia

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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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