A capacidade da mente humana e suas infinitas possibilidades sempre foi um tópico interessante a ser abordado em filmes e séries, por mais que não seja algo inédito é sempre bem vindo um novo olhar sobre esse tema que aparenta ser tão infinito quanto a própria mente. Acontece que o tópico em si já carrega uma certa expectativa da audiência, visto a vasta quantidade de filmes similares, quando o assunto é desenvolvido de forma precária e preguiçosa é inevitável não desanimar a audiência.
Lançado no final de outubro na Netflix, Hypnotic tem como protagonista a estrela da série A Maldição na Residência Hill, Kate Siegel, como Jenn, uma mulher que procura ajuda do hipnoterapista Collin (Jason O’Mara) para mudar de vida. Acontece que ao decorrer das sessões, a protagonista começa a ter apagões durante o tratamento de hipnose e realizar coisas que não condizem com sua personalidade, até mesmo matar.
Como disse anteriormente, o poder da mente é sedutor, ao se deparar com a sinopse que envolve um certo tipo de manipulação mental por hipnose o mínimo é se sentir intrigado a assistir. E Hypnotic consegue no primeiro ato criar uma certa curiosidade em relação a trama, consegue prender um pouco atenção do espectador, principalmente por causa de alguns quadros específicos que são extremamente bonitos de se ver (ao contrário da possível peruca da protagonista), no entanto um suspense não pode se apoiar apenas em closes bem feitos e jogos de luzes chamativos.
Todo desenvolvimento da trama é completamente esquecível, nenhum arco gera um impacto e choque o suficiente, nem mesmo as mortes. Tudo é tão morno que por muitas vezes você esquece que está assistindo um suspense, já que ele não consegue nem ao menos entregar a imersão necessária. É impossível não se pegar distraído por qualquer coisa ao seu redor enquanto assiste ao filme que é curto mas parece looongo demais.
Apesar de aumentar exponencialmente os efeitos do tratamento, ao ponto de fazer os pacientes robôs, isso é algo que realmente não incomoda e você acaba comprando pra tentar entrar no clima do filme, no entanto, a narrativa perde a mão do bom senso. Tudo começa a parecer ridículo, até nas tentativas incansáveis de surpreender o espectador criando ilusões.
Agora, falando do lado mais pé no chão da trama, a investigação, o trabalho do detetive, o histórico do antagonista… parecem caçoar da inteligência do público. Absolutamente todas as descobertas são feitas pela protagonista, de uma forma absurdamente fácil apenas “dando um google”, o que faz gerar a pergunta “como a policia não conseguiu pegar esse cara?”. O roteiro é absolutamente preguiçoso ao criar um detetive relapso e um sociopata amador e um aspirante a Hannibal.
Fica claro que o filme se sustenta apenas por Kate Siegel, que não desempenha o seu melhor neste filme, mas que comparado ao todo resto merecia o Oscar apenas por fazer o mínimo. Hypnotic poderia ser mais imersivo, mais intenso, mais do que foi. O potencial de um suspense é jogado ao lixo, porque ao fim do filme você tende a querer esquecer o longa, e possivelmente conseguirá já que ele não consegue ser efetivamente marcante em nada do que se propõe a fazer, nem ao menos para passar o tempo em um feriado chuvoso.
Nota: 1,9/5
Autor do Post:
Ludmilla Maia
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25 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.
Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.