CRÍTICA | Apostando no bizarro, “Affairs of the Art” comunica mensagem maléfica

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Indicado ao Oscar 2022 na categoria de Melhor Curta-Metragem Animado, ‘Affairs of The Art’ carrega um peso terrível em sua abordagem. O curta aposta na bizarrice como forma de comunicar uma mensagem contraditória, que dificilmente será compreendida com bons olhos.

Nele, acompanhamos Beryl, uma mulher obcecada por desenhar, cuja fixação domina toda sua casa. Além do marido Ivor, toda a família é viciada em alguma coisa – seu filho é um geek técnico e sua irmã é uma taxidermista fanaticamente narcisista.

Umas das primeiras coisas que se nota na animação, são os traços escuros do desenho 2D, que ditam um tom mais agressivo e cru. Em seguida, a narrativa afirma essa questão enquanto adiciona doses de crueldade que são bem desconfortáveis. O tanto de sofrimento causado aos animais só não é mais inexplicável por ser utilizado como consequência da profissão da irmã. Porém, mesmo assim, parece gratuito e ofensivo, sendo que esse fato ainda é visto por Beryl como motivo de sucesso e louvor.

É incrivelmente desrespeitoso ver uma obra que comunica atos tão nocivos como um simples acontecimento da vida, no qual ainda os utiliza como justificativa para se ter inveja. Se ainda fosse uma crítica a como pessoas de má índole obtém fama e prestígio, seria um pouco melhor. Mas nada no curta nos leva a essa ideia, pois só é reforçado o quanto Beryl idolatra sua irmã e inveja a vida que ela tem.

Nessa combinação de histórias esquisitas e perturbadoras, desde a infância das irmãs até o momento atual, nada se justifica como uma ideia bem executada em ‘Affairs of The Art’. No qual ficamos sem entender o que os realizadores pretendiam com isso, senão simplesmente causar estranheza e desconforto.

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Nota: 1/5

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Autor do Post:

Bruna Berlitz

administrator

Crítica de cinema e graduada em Produção Multimídia. Experiência na área do audiovisual, com ênfase em filmagens e edição de vídeos. Essencialmente da casa Lufa-Lufa, apaixonada por gatos e admiradora das obras de Jane Austen.

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