RESENHA | “Em Águas Profundas” irá conquistar seu coração em uma aventura com personagens apaixonantes

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O novo lançamento da Farol Editorial é um deleite para os fãs de fantasias, com direito a reis, piratas e criaturas sobrenaturais. A aventura Em Águas Profundas, escrita por F.T. Lukens, traz o frescor do romance juvenil inserido na história de um príncipe que viveu cercado por muros que o protegiam de si mesmo.

No livro conhecemos Tal, um jovem príncipe que também é o último dos magos da terra. Após crescer escondido de todos do reino, tentando aprender a lidar com a sua magia e também com o medo de repetir os erros de seus antepassados, Tal tem a oportunidade de realizar uma viagem ao lado do irmão mais velho, para explorar o reino e navegar por águas misteriosas, antes de assumir funções políticas oficiais.

Enquanto sua aversão a aventuras é exposta ao máximo, através de enjoos marítimos e um mal humor imensurável, Tal acaba por encontrar Athlen. Um jovem que estava acorrentado em um barco abandonado. E como em um conto de fadas, o qual a história anseia por ter, os dois criam uma conexão imediata, provocada pela curiosidade e o ardor da paixão da juventude.

Apesar de Em Águas Profundas ter uma premissa com uma tendência maior a romances de época, a história não carrega alguns elementos que histórias desse gênero geralmente tem. F.T. Lukens acaba por ter uma escrita mais moderna e atual, e se não fosse os títulos da monarquia a história poderia ser ambientada em qualquer época. Lukens prefere criar momentos e desenvolver a ligação entre os personagens do que descrever cenários, uma ferramenta muito utilizada em romances de época.

O começo do livro é um pouco lento, mas necessário para entendermos a personalidade de Tal e a dinâmica de sua família, além de toda sua história com seus ancestrais. Porém, Em Águas Profundas ainda flerta minimamente com a parte mais fantasiosa nessa etapa da narrativa. O livro começa mesmo quando Tal é sequestrado por piratas, e a partir daí tudo é colocado a prova, sua lealdade, sua força de vontade e suas decisões passam a ter um peso real e não algo figurativo como ele sempre imaginou ter. Seguido por uma longa jornada entre Tal e Athlen afim de salvar o reino, que coloca o desenvolvimento de sua relação à prova.

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Apesar de ter uma leitura fácil, bastante fluída e bem “mamão com açúcar”, a autora gosta de explorar sub textos bastante importantes dentro de um romance nada artificial. O primeiro contato do jovem príncipe com seus plebeus, demarca o seu primeiro choque de realidade, a diferença entre as classes sociais que havia em seu reino. O toca, fere seu ego e de sua família, e por mais que tente argumentar que sua família faça o melhor, ele sabe que não é o suficiente. E somente isso faz com que Lukens crie um personagem empático, capaz de tomar ótimas decisões, ainda que tenha que se sacrificar. O melhor tipo dos mocinhos da literatura.

Quanto ao Athlen, um personagem muito enigmático, cheio de segredos e mistérios, é desenvolvido de modo mais singelo, em comparação a Tal. Senti falta de mais elementos místicos, tudo que rondava o personagem ficava no “quase”. E, de certa forma, entendo. Ele também compartilha o fardo de ser o último, como Tal. No entanto, é inevitável pensar como seria delicioso ler alguns contos ou lendas que envolvessem tritões e sereias dentro de Em Águas Profundas. 

A narrativa se destaca em momentos de tensão, a autora sabe explorar com exatidão esse sentimento. Seja em momentos de duelos, ou descobertas de algumas verdades, a escrita prende o leitor de modo que é impossível parar de ler até chegar as páginas finais. Carregando alguns plot twists e momentos emocionantes, o livro encerra sua aventura da melhor forma possível: nos emocionando e nos fazendo pedir por muito mais.

Criando cenários arrebatadores, personagens apaixonantes e uma história com potencial para diversas continuações;  F.T. Lukens nos presenteia com um delicioso romance LGBTQIA+ ao mesmo tempo em que aborda de forma singela desigualdade de classes, criticando a monarquia, o preconceito carregado em estigmas do passado e o vislumbre de um futuro escrito por alguém que estava acostumado a viver nas sombras de um passado escrito por outra pessoa.

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Autor do Post:

Ludmilla Maia

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26 anos. Criadora e uma das fundadoras da Tribernna, escrevo pra internet desde 2016. Amo podcast como amo cultura asiática e heróis. Nas horas vagas, concurseira e bacharel em direito.

Um dia eu te conto o que significa o nome “Tribernna”.

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