CRÍTICA | Primeira temporada de Siren sustenta na história e peca pelos efeitos

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Quando a produção do canal Freeform anunciou que haveria uma série sobre sereias houve uma certa empolgação, o material divulgado parecia ser muito interessante e demonstrava que haveria uma pegada bem sombria, a série tem uma premissa muito atrativa.

Siren não tem um orçamento muito bom, então já começa extremamente limitada visto que uma série de fantasia necessita de um cuidado maior com efeitos especiais. Para isso a sacada da produção foi colocar as transformações das sereias dentro da água com cenas mais escuras em uma iluminação fraca, funcionou pelo mistério da mitologia. Mas se houvesse um investimento maior nisso, sem duvidas seria de encher os olhos. Porém nem de longe o maior problema de Siren é a falta de orçamento para efeitos especiais.

Existe uma grande dificuldade em se manter apegado aos personagens quando o cast é quase inteiro desconhecido, mas a falta de carisma dos atores selecionados acabam tornando a série tediosa e facilmente esquecível. O arco dos pescadores é sem dúvida a parte mais intragável da série, não tem como nem torcer pelos personagens porque mal da para lembrar o nome deles, a relevância para a trama é também quase zero. Embora Xander (Ian Verdun) tenha um pouco mais de destaque é quase óbvio que a existência do personagem é só para servir como um futuro escape que o roteiro irá usar para dar vida a um casal sem deixar de lado uma personagem interessante. Estou falando sim de Maddie (Fola Evans-Akingbola) Ela vive um relacionamento com o Ben que horas parece ser algo descompromissado e de repente parecem um casal completamente de acordo com tudo. Conforme a Ryn entra na vida do casal a relação se divide entre parecer um trisal ou um casal com uma filha. Foi a maneira que o roteiro encontrou para explicar a atração que as sereias causam nos humanos, mas acaba ficando meio perdido, o canto da sereia que na verdade é uma obsessão foi uma das coisas mais bem retratadas. Certamente para compensar todo o plot dos cientistas que não fez sentido nenhum no final das contas, engata e não sai do lugar, uma subtrama que vai para a gaveta. Mas voltando a Maddie, o relacionamento entre ela e Ben parece ameaçado pela obsessão do jovem com a sereia e ligeiramente o roteiro já resgata um relacionamento antigo entre ela e Xander, deixando claro que o personagem ainda tem sentimentos por ela. O óbvio é que eles acabaram tendo um caso novamente para deixar o caminho livre para Ryn e Ben.

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O protagonista da série consegue encarnar plenamente o tédio sem tirar nem por, Ben Powell (Alex Roe) se apresenta como o rico meio rebelde que renega o trabalho da família para viver a própria vida. Mas de repente isso perde total o sentido e nem é possível entender mais nada ali, sua relação com seu irmão também é apática. Ele parece o tempo inteiro sentir inveja do irmão naquela clássica história de que o que abdicou da família para seguir outro sonho ainda é mais bem visto do que o que ficou pra fazer tudo, mas isso também não engrena na temporada e é mais uma trama na gaveta.

O destaque de atuação é inteiro da Eline Powel, que interpreta a sereia Ryn. A atriz encarna a sereia e consegue transmitir com naturalidade toda a confusão de quem está aprendendo a conviver com humanos, as dúvidas recorrentes sobre sentimentos ou rituais da um toque de interesse para a série. Mas nós já conhecemos os rituais dos humanos, o interessante seria saber mais sobre o mundo das sereias. E isso acaba ficando de lado também, a temporada encerra com a sereia certa de que viverá entre os humanos e terminamos não sabendo mais nada do universo mitológico delas. A porta de entrada da série se fecha na cara do telespectador sem mais nem menos.

Siren apresenta uma história interessante com um desenvolvimento fraco, encerra sem muitas ideias de futuro. Mas a série já foi renovada então veremos o que a segunda temporada poderá trazer para tornar uma premissa boa em algo mais intragável.

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Autor do Post:

Yara Lima

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Uma das fundadoras da Tribernna, estudante de comunicação social, nordestina e periférica. Divide o tempo entre ler, dormir e escrever por ai!

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